Ano lectivo começa hoje com mudanças

O ano lectivo 2005/2006 arranca oficialmente hoje com muitas mudanças, entre as quais a introdução do ensino do inglês no 1º ciclo em 90 por cento das escolas e o alargamento do horário de funcionamento, por períodos de oito horas, até às 17h30.

Também está prevista a formação em Matemática de 7000 docentes dos 3º e 4º anos.Com estas medidas o ministério da Educação pretende promover o estudo, proporcionando actividades extra-curriculares e desporto aos alunos. Até ao final do ano, duas mil escolas do 1º ciclo (com menos de dez alunos) deverão encerrar mas, de acordo com a tutela, esta semana 1, 6 milhões de alunos de 11.533 escolas do ensino pré-escolar ao secundário, regressam às aulas. Ainda assim, mais de um terço das escolas (4750) vai optar por dar início ao ano lectivo só na sexta-feira.

Segundo números avançados hoje pelo "Diário de Notícias", 1134 escolas do Norte do país abrem portas, em Lisboa apenas 162 vão começar hoje as aulas. Para assinalar o início do ano escolar, a ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues desloca-se a três escolas do Minho das zonas educativas de Paredes de Coura e Viana do Castelo, tidas como exemplos "de boas práticas" de ensino. Nesta "Semana da Educação", a ministra será acompanhada pelo primeiro-ministro José Sócrates (só no dia de hoje).As aulas começam num clima de descontentamento por parte dos sindicatos e professores. Para a classe docente, o ano escolar arranca com «medidas economicistas». Citado pelo Jornal de Notícias, João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) observou que «este é um ano branco na vida dos professores, porque não conta para tempo de serviço e para mudança de escalão, além de lhes ser alterado o regime de aposentação». Como tal, na perspectiva daquele responsável, apesar da escola começar com «normalidade técnica», para os professores será um ano lectivo «com anormalidade emotiva».