Piloto Luís Santos chegou a Lisboa cerca das 8:30

Lisboa, 19 Dez (Lusa) - O piloto português Luís Santos chegou a Lisboa cerca das 8:30 de hoje proveniente de Caracas, 14 meses depois de ter sido detido na Venezuela por suspeita de tráfico de droga e declarado inocente.
Acompanhado de responsáveis da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA), Luís Santos foi recebido à saída da zona reservada a passageiros por várias dezenas de amigos e familiares, que o abraçaram e felicitaram pela decisão do tribunal venezuelano.
O piloto, declarado inocente quarta-feira num processo que o mantinha detido na Venezuela desde Outubro do ano passado, foi impedido de embarcar para Lisboa no sábado à noite porque o tribunal não informou os serviços do aeroporto e de imigração que tinha sido absolvido e que já poderia sair do país.
Luís Santos, que chegou a Lisboa envergando a sua farda de piloto, dará às 10:00 uma conferência de imprensa na sede da APPLA, em Lisboa.
Aos muitos jornalistas que aguardavam a sua chegada a Lisboa, o piloto reafirmou que "durante 14 meses (em que esteve detido na Venezuela) se limitou a evitar que um crime de tráfico de droga fosse feito".
"A única coisa que fiz foi impedir que 400 quilos de droga (cocaína) entrassem neste país", disse o piloto, que se manifestou "feliz" por ter terminado "14 meses de suplício" de "prisão injusta".
Luís Santos enalteceu a ajuda dada pela empresa para a qual trabalha, a Tinerlines, e o sindicatos dos pilotos de aviação civil na resolução da sua situação.
Além de Luís Santos, estavam também envolvidas no processo de tráfico de droga três portuguesas, que foram condenadas a nove anos de prisão cada, e seis venezuelanos, todos igualmente condenados.
A juíza venezuelana Maria Ester Roa considerou que ao longo do julgamento ficou provado que a tripulação do avião impediu que se cometesse o delito de tráfico de droga na modalidade de transporte, concedendo a Luís Santos liberdade imediata.
O caso remonta a finais de Outubro de 2004, quando aqueles quatro portugueses e seis venezuelanos foram acusados pelo Ministério Público venezuelano de tráfico de estupefacientes.
Foi a própria tripulação do avião que encontrou no aparelho um carregamento de quase 400 quilos de cocaína que seriam enviados para Portugal.
O processo envolvia ainda o piloto da aeronave e a hospedeira, que foram libertados nos primeiros dias de Novembro, enquanto o piloto Luís Santos se encontrava em prisão domiciliária desde Dezembro passado, depois de um período de dois meses numa cadeia local.
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