Lisboa - Dakar 2006

Novidades no percurso

O Dakar 2006 sairá de Lisboa. É a concretização do sonho de muitos aficionados portugueses pela grande maratona, que nos últimos anos se têm deslocado em grandes grupos a Espanha ou a Marrocos para ver de perto a caravana. No próximo ano, Portugal será o 24º país a figurar na lista daqueles por onde a prova passou ao longo dos seus 27 anos. As verificações técnicas irão decorrer em Lisboa, entre 28 e 30 de Dezembro, faltando conhecer a sua localização exacta, apesar de tudo apontar para que a escolha venha a recair nos pavilhões da antiga FIL, na Junqueira, já que, segundo apurámos, o vizinho hotel Vila Galé-Opera tem as reservas bloqueadas para essa data, o que leva a pensar que possa vir a servir de quartel-general para a organização. Sendo assim, o local de partida poderá ser a zona fronteira ao mosteiro dos Jerónimos, apesar de também terem sido apontadas como hipóteses a Baixa Pombalina e o Parque Eduardo VII.

Como o Prólogo deixa de ser um mero espectáculo televisivo, para passar a contar para a classificação, espera-se uma verdadeira etapa. A ter lugar na zona militar da Tapada de Mafra (como aconteceu com a última Baja de Portugal), ou, devido às dificuldades de acesso, na zona de Mora, o que está a ser definido pela organização, em colaboração com José Megre, que funciona como consultor de João Lagos, o homem que trouxe o "Dakar" para Lisboa. Segundo a organização, nos dois primeiros dias de rali deverão ser percorridos cerca de 250 km disputados aos cronómetro, o que será apenas uma das novidades de uma prova que só costuma começar a "doer" com a chegada a África, e que desde 2000 não previa a travessia de nenhum território por onde não tivesse passado antes. Ainda no campo das novidades, tudo indica que a passagem do ano possa ser festejada longe do local de partida, havendo a hipótese de que a escolha venha a recair no Algarve, sendo conhecido o interesse dos responsáveis pelo Turismo e por diversas câmaras municipais.

O Lisboa-Dakar segue depois para sul, e o embarque para a travessia do Mediterrâneo pode ter lugar em Málaga (nos últimos anos foi em Algeciras), de onde um ferry levará a caravana para Nador (em vez de Tanger), mais a Oriente, podendo permitir um maior aproveitamento do deserto marroquino, atravessado de Oriente para Ocidente, o que pode começar a definir posições antes da entrada na Mauritânia, onde, por tradição, costumam ocorrer as grandes decisões. Contudo, além das dunas de Marrocos e Mauritânia, o Lisboa-Dakar terá uma parte mais rolante, já que, para além do Mali, a prova volta à Guiné Conakri, de fora do percurso desde 1996. As etapas percorridas na savana afiguram-se duras e a navegação será determinante para quem quiser chegar bem classificado ao Senegal, onde o Lago Rosa, às portas de Dakar, volta a receber a caravana.