As últimas de Soares

Mário Soares defende que a idade de reforma deve ser aumentada para além dos 65 anos e apoia o esforço do Governo para a convergência dos regimes de apoio social.

Numa entrevista publicada hoje no "Jornal de Negócios", o candidato presidencial apoiado pelo PS sublinha que estas e outras medidas precisam de ser bem explicadas aos portugueses, mas têm mesmo que ser implementadas, a bem da sustentabilidade da Segurança Social e da garantia de equidade. O antigo Presidente da República promete ser menos "discursivo" do que Sampaio caso venha a ser eleito pela terceira vez para o cargo, argumentando que é "mais interveniente e interactivo" do que o actual Presidente. "Os discursos podem ser excelentes, mas as pessoas já estão fartas", sublinha o candidato às próximas eleições de 22 de Janeiro.No campo económico, Mário Soares aponta como sectores estratégicos a energia, a água e a agricultura. O antigo primeiro-ministro defende a manutenção da Caixa Geral de Depósitos em mãos públicas, porque sustenta que o Estado não é um mau gestor.No seu entender, os espanhóis ameaçam tomar o controlo dos sectores energético e das telecomunicações. Sobre este tema, Mário Soares aproveita para criticar a postura dos políticos que quando saem das funções de governação passam a ocupar cargos em empresas dos sectores onde intervieram enquanto governantes. Sem apontar nomes, fica subentendido o desagrado de Mário Soares em relação à postura do actual deputado socialista e presidente da Iberdrola em Portugal, Pina Moura, que enquanto ministro da Economia e das Finanças tomou decisões nesta área de negócios e depois de abandonar o Governo assumiu a liderança de uma empresa do sector da energia, precisamente a Iberdrola. "Não gosto quando se saltita do poder político para uma empresa; por exemplo, quando alguém negoceia uma empresa quando é ministro e depois aceita ser presidente dessa mesma empresa", afirmou Soares.

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